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Em sua terceira exposição na Galeria Nara Roesler de São Paulo, Sérgio Sister apresenta novos desdobramentos de suas pinturas atuais.

A Galeria Nara Roesler apresenta, a partir de 6 de outubro, “Ordem desunida”, exposição das variações das pinturas recentes de Sérgio Sister. É a terceira individual do artista paulistano na sede da galeria em SP.

 

Desta vez, além de novas obras das séries “Caixinhas” e “Pontaletes” – mais presentes desde 2007 -  o artista paulista vai mostrar uma grande variedade de pequenas e grandes telas produzidas nos dois últimos anos. E as possibilidades abertas pelos grupos denominados “Tijolinhos” e “Telas com tiras”. Ao todo, são cerca de 40 obras dispostas no espaço original da galeria.

 

O título da exposição refere-se à aparente falta de unidade e conexão entre os diferentes tipos de trabalhos, pois ora se dirigem a questões mais flagrantemente espaciais, ora refletem preocupações mais consoantes à tradição da pintura. Em todos os casos, contudo, a cor, seja qual for a sua qualidade individual (da mais vulgar à mais elaborada) é o que tende a propor algum sentido às coisas. Mas não é a cor definitiva, única, exclusiva. É a cor que se expande, se alastra e procura sonoridades diferentes. 

 

As “Telas com tiras” são pequenas peças de 30 x 20 cm, sobre cujo fundo monocromático são coladas finas tiras de madeira igualmente de um só tom, de cores diversas, que contracenam com o plano original. Nas laterais, transbordam os restos da primeira cor, contrapondo-se à ordem construtiva do todo.

 

Os “Tijolinhos verticais” são tubos de alumínio quadrados, na sua aparência industrial ou pintados, juntados em duas ou três partes por um longo parafuso e, depois, pendurados na parede.  Às vezes, os tubos são dispostos de tal forma, suspensos pelo fino parafuso, que lembram um pêndulo – como se procurassem acrescentar peso às características espaciais e pictóricas da obra.

 

As novas “Caixinhas” obedecem aos mesmos princípios das que já vêm sendo mostradas, embora diversas na composição e na coloração. Mais do que descontextualizar um objeto já existente de sua função original, essas obras têm sua estrutura reinventada. É a proposta de sua reconfiguração, com a ampliação do campo da pintura para o espaço, sombra e o ar.

 

Os três “Pontaletes” da exposição derivam das antigas obras expostas em 2007 no Instituto Tomie Ohtake. Dois deles são formados por tubos de alumínio quadrados (secção de 5cm), cada qual com uma cor, montados como um portal ou uma trave de futebol, com o branco da parede como centro irradiador de um amplo vazio. Os tubos assim compostos surgem como vetor arquitetônico, deixando a pintura e as suas relações se estruturarem pelas bordas e com as sombras. Um exemplar semelhante foi mostrado recentemente na exposição “Space Between”, na Flag Foundation, em Nova York, ao lado de Ellsworth Kelly, Agnes Martin, Andreas Kursky e Roni Horn.

 

As telas grandes se constituem em quatro dípticos monocromáticos mas com superfície internamente contrastada, com forte intensidade luminosa.

 

Cada uma das telas tem suas laterais pintadas com cores que destoam do conteúdo principal, dando-lhe, porém, um sentido de complementaridade. As partes desses dípticos não se juntam.

 

Cada dupla é separada por cerca de três centímetros, inviabilizando assim o que seria uma “ordem unida”.

As telas pequenas, que deram matéria para as pinturas maiores, são apresentadas em grande variedade de formatos e cores.

 

Também nelas, nada é completo, pronto ou definitivo.