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A Galeria Nara Roesler apresenta, a partir do dia 21 de julho, a exposição Passatempo, de Cao Guimarães. A água – símbolo de nascimento e elemento que contém e alimenta o embrião – foi a orientação para a curadoria de Solange Farkas. 

Passatempo mostra um pequeno inventário das obsessões que se convertem em poesia na obra de Cao Guimarães. Ela percorre o caminho do trabalho do artista que explora a relação entre o homem, o objeto e a paisagem. Na série fotográfica Gambiarras, a presença humana é apenas presumida. Em Paquerinhas, ela é projetada na relação irônica entre pipas e varas de pescar. Já em Limbo ela desaparece do mundo, nos balanços vazios. Então, ele chega a Otto, seu trabalho mais recente e destaque da exposição. Cao batizou a obra com o nome do filho e a descreve como um filme de amor. Durante 70 minutos, a pessoa, símbolo ausente até então, está no centro da cena. A narrativa tem como fio uma imagem de mulher. Seu rosto, seu corpo, sua voz, sua risada, a barriga que cresce e vira bolha prestes a explodir num rebento. 


A curadora Solange Farkas escreve que “o fruto nasce, o fruto germina”. Ela diz que, para Cao Guimarães “o cinema é uma arte que ainda está no berço”. Esta é a quarta exposição individual do artista na galeria Nara Roesler.